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quinta-feira, 5 de março de 2015

Americano do Brasil, um homem a frente do seu tempo.

História

           
Antônio Americano do Brasil



Nascido em Bonfim, hoje Silvânia, em 1892, e falecido em 1932, filho de Antonio Eusébio de Abreu (Nico Eusébio, + 1890), e de Antônia Crispim de Sousa, e teve como irmão Antônio Eusébio de Abreu Júnior (1869-1955).Viveu os dois primeiros anos de vida entre a propriedade rural e o meio urbano bonfinense, em 1894, foi levado para Santana das Antas, hoje Anápolis, onde seu pai exerceu por algum tempo o cargo de sub promotor público, quando naquele mesmo ano nasceu seu irmão Galeno, primeiro Anapolino a formar-se, em Medicina.



Americano do Brasil, ainda adolescente seguiu para o Rio de Janeiro, para iniciar a vida acadêmica na área da medicina.

Abaixo textos que contam sua história, porém, reputo ser impossível descrever toda a sua história de vida, haja visto que seus feitos foram tantos, que apesar do pouco tempo de vida terrena, lotariam uma estante com diversos livros.


"Dr. Antonio Americano do Brasil (1892-1932) nome fulgurante entre os vultos de Goiás de todos os tempos.


Em 1932, há exatos 80 anos, era assassinado em Santa Luzia, hoje Luziânia, o grande goiano Antonio Americano do Brasil. Talento polivalente, inteligência múltipla, misto de poeta, historiador, conferencista, jornalista, médico, advogado, homem público, administrador, folclorista, historiógrafo, pesquisador, professor, filósofo, Antonio Americano do Brasil foi, de fato, um dos maiores nomes de nossa história em todos os tempos, tombava vítima da futilidade e das intrigas próprias do tempo, por motivos banais, ao evidenciar o quanto a vida humana nada valia e hoje continua a valer nada, infelizmente.


Esse grande goiano a quem Goiás tem uma dívida imensurável teve uma existência marcada pela superação e pelos sofrimentos. Não foi fácil o seu destino sobre esse mundo, mas com o alto valor de sua inteligência, bravura e honestidade, conseguiu romper todos os tropeços e construir um nome que jamais será olvidado ou conspurcado, como se verifica hoje. Não há manchas em seu caminho. Teve tudo, cargos, poder, prestígio, mas sempre honrou a educação esmerada que teve na sala de aula de seu pai, educador de gerações. Seu legado foi justamente o grande e fecundo amor pela terra goiana.


Tanto amor, que, mesmo depois de extinto, se transformou em nome de cidade, ao antigo distrito de Olhos d’água, próximo a Anicuns que é hoje a próspera e bonita Americano do Brasil! De fato, muito poucos homens se transformaram em cidades, no caso de Goiás, Braz Abrantes, Senador Canedo, Leopoldo de Bulhões e Jussara Marques.


Nascido na antiga e poética Bonfim de Goiás, hoje Silvânia, no ano de 1892, Antonio Americano do Brasil teve por berço o lar abençoado e culto de Antonio Eusébio de Abreu (Nico Eusébio) e Elisa Maria de Souza Abreu. Tinha um raro feito físico em apresentar os olhos em cor diversa: o olho esquerdo era verde e o direito tinha a cor de folha seca. Nasceu e viveu seus primeiros anos praticamente dentro de uma sala de aula porque o venerando mestre, seu pai, era um fundador de escolas e lecionava na própria casa, isto em várias cidades por onde andou e plantou o conhecimento, a fé, a justiça e só colheu ingratidão, numa velhice relegada quase à miséria.


Antonio Eusébio de Abreu, além das qualidades no magistério daquele tempo foi, também, autor da letra do primeiro Hino de Goiás feito ainda no começo do século XX e de uma Gramática Popular da Língua Portuguesa, escrita em 1923. À sombra do conhecimento, ternuras e valores do pai, Antonio Americano do Brasil aprendeu as primeiras letras até a adolescência quando também passou a lecionar e ajudar o genitor no sustento da casa. Vida de professor naquele tempo também não era compensadora. Conhecimento nunca teve prestígio ao que se percebe.


Adolescente ainda, Antonio Americano do Brasil seguiu para o Rio de Janeiro para fazer o exame de admissão no curso de medicina na Praia Vermelha, seu grande sonho. Na antiga capital federal também lecionou para custear sua permanência na cidade grande, sabendo das imensas dificuldades do pai na sua antiga Bonfim, perdida nos sertões goianos. Aprovado com brilhantismo, fez o curso com notoriedade, sendo o orador da turma.


Em 1917, juntamente com seu parente e conterrâneo Henrique Silva fez circular a importante revista Informação Goyana, que até 1935, a duras penas, foi o veículo maior de propaganda do Brasil Central no Rio de Janeiro. De volta a Goiás, em 1918, Americano do Brasil foi nomeado Secretário de Interior e Justiça do Estado, no governo do Desembargador João Alves de Castro. Sua atuação foi tão inovadora, inteligente, profícua e acertada, que dois anos depois foi eleito Deputado Federal em razão de seu talento e dinamismo na administração da coisa pública.


Na Câmara Federal foi intransigente defensor da mudança da capital para o planalto, o que ocorreria quarenta anos depois. Defendeu, também, o reconhecimento das potencialidades econômicas goianas e a questão dos limites com os outros Estados, principalmente Mato Grosso. Orador, tribuno e conferencista nato, foi um dos melhores que ali passou, chegando, inclusive, a ser escolhido para fazer, na tribuna, o elogio fúnebre ao escritor brasileiro Lima Barreto, que faleceu em 1922.

Já no Rio de Janeiro em 1921 Americano do Brasil convolou núpcias com Mirtes Caiado de Castro, filha do Dr. João Alves de Castro e Terezina Caiado de Castro. Fez concurso para médico do exército e foi aprovado, chegando ao cargo de tenente. No ano seguinte, 1922, nascia sua única filha, Terezina, e também foi o período da publicação de seu livro Pela terra goiana.

Mas, o destino lhe reservava uma grande provação em virtude de enfermidade a que foi acometido, que o separou do convívio da esposa e da filhinha querida, ocasião em que retornou a Goiás, desiludido e revoltado, indo residir no planalto, na cidade de Formosa, onde passou a clinicar, advogar e panfletar nos jornais não só goianos, mas de todo o Brasil.

Revelou-se, na angústia de sua alma torturada e saudosista, o talento de poeta, historiador e folclorista. Fez de sua dor um hino de trabalho e nos últimos nove anos de sua vida deixou um legado imensurável. Foi ainda o médico devotado da gente sertaneja das cidades de Vianópolis, Luziânia, Formosa e Cristalina, socorrendo os humildes e desassistidos da sorte.

Americano do Brasil foi jornalista e panfletário, polemista intransigente quando o assunto era a defesa de Goiás. Colaborou com a imprensa brasileira em diversas revistas acadêmicas e também no Correio Oficial de Goiás. Além de tudo, foi poeta inspirado, deixando o belíssimo livro intitulado Nos rosais do silêncio, lindo até no título. Era um misto de romântico, parnasiano e simbolista, na medida exata. Em alguns versos telúricos, fez o canto lírico da pátria goiá.


Foi também historiógrafo consciente de uma vasta cultura geral que o tornava um historiador que compreendeu os acontecimentos e lançou luz na gênese da formação do nosso povo, do ciclo do ouro e do desbravamento. Como folclorista, recolheu farto material em fonte primária sobre o cancioneiro e trovas populares; um dos primeiros em nosso Estado a se preocupar e a valorizar a cultura popular.

Suas obras em grande maioria versaram sobre a pesquisa da história goiana: Súmula da história de Goiás, Pela história de Goiás, Pela terra goiana, Cancioneiro etrovas do Brasil Central, além de centenas de artigos e estudos publicados em jornais e revistas. Teve excelentes biógrafos como Humberto Crispim Borges, Ney Teles de Paula, José Dillermando Meirelles, Basileu Toledo França, Victor de Carvalho Ramos, José Lobo e Henrique Silva.


Americano do Brasil foi vítima de uma rede de intrigas pequenas, insufladas pelos desajustes de comunidades diminutas que se envenenavam nos dissabores. Morreu aos 39 anos trabalhando, corrigindo uma prova de português, que ficou manchada com o seu sangue. Na manhã de 21 de abril de 1932 foi barbaramente assassinado na cidade de Luziânia, no Estado de Goiás, longe dos seus, longe de sua filhinha amada, com o coração saudoso.

A ele, glorioso homem, majestoso ser humano, eloquente intelectual, vibrante estudioso, nossa saudosa lembrança. Emociono-me sempre quando penso no seu fim, sacrificado, sozinho, longe dos seres ternamente amados. Quanta saudade, por certo, sentiu no momento final! Que Deus o tenha iluminado!

Também a ele mesmo cabe o escrito profundo que deixou como legado: “Sejamos gratos ao passado para recebermos devidamente a bênção do presente e a fim de que tenham saudade de nós nesse misterioso futuro”.

Americano do Brasil, espírito imortal a serviço do bem, de Goiás e do Brasil. A lembrança de sua passagem nesse mundo, pelos 120 anos de seu nascimento e 80 anos de seu falecimento, a enternecida lembrança do exemplo de amor, paz e luz que semeou nos descaminhos desse mundo.

Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado é professor"

Fontes:Trecho resumido do livro:Americano do Brasil-Vida e obra, de Humberto Crispim Borges.
Transcrições de:http://www.ubebr.com.br/post/ensaio/os-80-anos-da-morte-de-americano-do-brasil-por-bento-Borges

Fato é, que Americano do Brasil, é homenageado dando seu nome a uma cidade goiana, a ruas, praças, escolas em Goiânia, Anápolis e diversas cidades goianas.Um mausoléu foi construído sobre o antigo túmulo, onde estão sepultados seus restos mortais, no Cemitério Municipal de Silvânia, salvo engano, construído no primeiro mandato da então Presidente, Alba Stefânia, com parte da verba, que a Câmara Municipal devolveria aos cofres públicos municipais.E nos enche de orgulho iniciar esta coluna em nosso blog, falando e retratando um pouco da história desse grande homem, que contribuiu para que um dia, Silvânia ostentasse o título de "Atenas de Goiás", tão esquecido e menosprezado ao passar dos anos.
Mausoléu de Antônio Americano do Brasil, no Cemitério Municipal de Silvânia.
Foto: Christiano Lobo.

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