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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Crime ambiental grave que resultou na morte de quase 9 milhões de abelhas, na semana passada, por uso irregular de agrotóxicos, nos municípios de Silvânia e Bela Vista de Goiás.Três fazendeiros foram indiciados pela morte dos insetos, principais responsáveis pela produção de alimentos através da polinização de flores, pela produção do mel, própolis, cera e geleia real.

Abelhas encontradas mortas em apiários de Silvânia e  Bela Vista de Goiás — Foto: Polícia Civil/Divulgação/G1 Goiás.

A morte de quase 9 milhões de abelhas de colmeias (sem contar as abelhas do mato) nos municípios de Silvânia e Bela Vista de Goiás, na semana passada desencadeou na última terça-feira 16/01/2024, a Operação Proteção às Abelhas, da Delegacia Estadual do Meio Ambiente.

Reprodução/Portal 6 Anápolis.

Conforme a Polícia Civil, o envenenamento das abelhas aconteceram após o uso irregular de agrotóxicos na pulverização das lavouras próximas aos apiários.As abelhas contaminadas
ao realizar a polinização levam o agrotóxico para as colmeias contaminando todo o enxame.

Uso de fipronil

Segundo a Polícia Civil, o defensivo agrícola apontado como responsável pelas mortes das 9 milhões de abelhas é o fipronil.

Em dezembro de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou a restrição do uso do inseticida, classificado como altamente tóxico para as abelhas.

Usado na soja e outras culturas, o fipronil é um produto químico que atua no sistema nervoso dos insetos, causando sua morte. 

Três fazendeiros que não tiveram seus nomes divulgados, foram indiciados.

O crime ambiental pode dar pena de até 04 anos de reclusão e multa de R$ 2 milhões.Os acusados respondem em liberdade.

O Delegado titular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente, Dr.Luziano Carvalho, disse que:“A utilização de forma indevida do agrotóxico que possa causar danos à saúde, à fauna e à flora são crimes ambientais”

“E só temos informações das abelhas de colmeias, ainda tem as do mato. É um problema muito grave mesmo”, reforçou. Vale destacar que ainda há apiários clandestinos, que, sem os devidos cadastros e dados, não é possível protegê-los da pulverização e nem contabilizar as perdas, pontuou.

Ainda segundo o Delegado, há uma legislação de determina a forma de se usar os agrotóxicos em lavouras e que vai fazer um trabalho junto a criadores de abelha e agricultores para que não haja novamente a morte de abelhas.

“É muito grave. Abelhas são as maiores polinizadoras. Tem estudos que dizem que sem abelha, sem alimento”, ressaltou.

“Cadastre seu apiário junto a Agrodefesa e avise seus vizinhos, os proprietários de lavoura, para que não utilizem o agrotóxico e se utilizarem, que tenham um horário, tenha distância. Sabemos das pragas, que tem que ser usado, mas tudo isso tem norma e técnicas”, pontuou Luziano.

Trata-se apenas de um exemplo, sendo que, de acordo com o delegado, há denúncias também em municípios como Abadiânia, Pirenópolis, Goiás, entre outros.

Contaminação preocupa especialistas

Falando a reportagem do Blog Olhar Cidadão, um Engenheiro Agrônomo, ressaltou a importância do agricultor seguir os critérios técnicos ao pulverizar as lavouras, sempre seguindo as recomendações do seu Agrônomo.

Falando ao Portal 6 Anápolis, o Biólogo João Pedro Cicatelli explicou que o crime ambiental trará consequências para os bolsos goianos já na próxima safra.

“A médio prazo, vai afetar na polinização das plantas. Se não acontecer a polinização, não temos a reprodução. Sem reprodução, não temos sementes e nem como realizar o plantio. Isso vai afetar diretamente na compra do próximo estoque de sementes para plantio. Vão ver que o preço subiu”, explicou o biólogo à reportagem.

Além da testagem do mel produzido na região que será realizado para averiguar se estão contaminados por agrotóxicos, a morte das abelhas impacta ainda no bolso dos goianos.Como consequência, os alimentos ficarão mais caros para o consumidor final.

“Existe toda uma cadeia alimentar por trás. Existem insetos e pássaros que se alimentam de abelhas. Daqui a um ano, até 10 anos, vai afetar todo o meio ambiente”, disse o biólogo.

Segundo o Biólogo, alimentos com preços inacessíveis, falta de flores e frutas é uma realidade próxima para goianos após a morte das quase 9 milhões de abelhas em Silvânia e Bela Vista.

Com informações de G1 Goiás, Canal Rural e Portal 6 Anápolis.

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